O mês de janeiro foi dedicado à literatura italiana. Entretanto, dois autores não são suficientes para abranger essa cultura tão rica. Mais de 700 anos de literatura mostram que não só de pizza que é feita a Itália. Clássicos, Prêmios Nobel, guerras, todos presentes neste gigante universo. Em uma rápida busca no Google, os primeiros nomes que aparecem ao procurar por “escritores italianos” são: Umberto Eco, Dante Alighieri, Italo Calvino e Andrea Camilleri. Os mais consagrados.
HISTÓRIA DA LITERATURA ITALIANA

Danti Alighieri é um clássico da literatura mundial. Com isso não se discute, já que, junto com Giovanni Boccaccio e Francesco Petrarca, foi responsável pela “criação” do atual idioma italiano. Suas obras, Divina Comédia, a saga que guia o próprio Danti e Virgilio, seu mentor espiritual, pelo Inferno, Purgatório e Paraíso; Decameron, 100 contos de forte apelo erótico (principalmente para o século XIV) narrados por jovens que tentam escapar da peste negra, e Cancioneiro são estudadas até hoje.
Continuando a lista, encontramos Niccolò Machiavelli (O Príncipe), Alessandro Manzoni (Os Noivos, 1840) e Giovanni Verga (Os Malavoglia, 1881) e Carlo Collodi, presente na vida de várias crianças com As Aventuras de Pinóquio, entramos na fase do nacionalismo (Ressurgimento) e Romantismo. Giuseppe Mazzini, Camillo Benso di Cavour e Giuseppe Garibaldi se destacam como os escritores políticos do Ressurgimento.

Migrando para o século XX, notamos diferentes estilos e temas. A experiência de duas guerras, uma ditadura fascista, pobreza e fome fizeram do Realismo Social um estilo dominante até ser substituído por uma corrente introspectiva na poesia e na prosa. Autores como Gabriele d'Annunzio, Italo Svevo, Guglielmo Ferrero, Giovanni Gentile, Matilde Serao e Grazia Deledda, (Prêmio Nobel de Literatura em 1926) são nomes marcantes desta escola.
Em 1909, Filippo Tomasso Marinetti dá início ao Futurismo. Ardengo Soffici, Giovanni Papini, Antonio Baldini, Riccarco Bacchelli e Luigi Pirandello (Prêmio Nobel de Literatura em 1934) são figuras marcantes da época.
ITÁLIA PELO MUNDO

Entre os autores de fama mundial encontram-se Giuseppe Ungaretti, Salvatore Quasimodo (Prêmio Nobel de Literatura em 1959) e Eugenio Montale (Prêmio Nobel de Literatura em 1975). Umberto Eco é um dos narradores realistas mais conhecidos, junto com Dino Buzzatti, Elsa Morante, Natalia Ginzburg, Primo Levi, Alberto Moravia, Italo Calvino e Leonardo Sciascia.
LITERATURA CONTEMPORÂNEA
Depois de séculos de autores consagrados e clássicos da literatura mundial, não poderíamos deixar de lado os nomes contemporâneos. Aqui estão três nomes que precisam estar na sua estante:
Elena Ferrante
Pseudônimo de um(a) escritor(a) italiano(a), cuja identidade é mantida em segredo. Até o momento, vários nomes já foram considerados, por exemplo a tradutora Anita Raja, e seu próprio marido Domenico Starnone. Ferrante concede poucas entrevistas, e todas elas por escrito e intermediadas por sua editora (Edizioni e/o). Afirma que optou pelo anonimato para poder escrever com liberdade e sem influências de sua imagem. Com várias indicações a prêmios, alguns de seus livros já foram adaptados para televisão e cinema, entre eles Amor Molesto e Dias de Abandono.
Livros:

Amor Molesto (L'amore molesto)
Dias de Abandono (I giorni dell'abbandono)
Frantumaglia (La frantumaglia)
A Filha Perdida (La figlia oscura)
Uma Noite na Praia (La spiaggia di note)
Tetralogia Amiga Genial:
Amiga Genial (L'amica genial)
História do Novo Sobrenome (Storia del nuovo cognome)
História de Quem Foge e de Quem Fica (Storia di chi fugge e di chi resta)
História da Menina Perdida (Storia della bambina perduta)
A Vida Mentirosa Dos Adultos (La vita bugiarda degli adulti)
Prêmio:
Independent Publisher Book Award for Literary Fiction (2016): História da Menina Perdida
Niccolò Ammaniti
Nasceu em 1966 em Roma, onde ainda vive. É escritor e roteirista. Autor de livros traduzidos para mais de 40 idiomas. Entre suas obras, no Brasil foram publicadas: Não Tenho Medo (2001), Como Deus Manda (2006), A Festa do Século (2009) e Eu e Você (2010).

Prêmios:
2006 Premio Strega com The Crossroad
2007 Campiello Europa com Eu Não Tenho Medo
Nicola Lecca
Um autor nômade. Começou a viajar muito jovem. Esteve em várias cidades europeias, entre elas: Reykjavík, Barcelona, Londres, Viena e Innsbruck.

Livros:
A Pirâmide do Café (único publicado no Brasil)
Ritratto notturno
Ho visto tutto
Hotel Borg
Il corpo odiato
I colori dopo il bianco
Concerti senza orchestra
Ghiacciofuoco, parceria com Laura Pariani
Neoneli
Prêmios:
1999: Premio Rhegium Julii e Letterario Basilicata com o conto Concerti senza orchestra.
2003: Prêmio Hemingway
2013: Prêmio Fenice-Europa com o romance A Pirâmide do Café.
PRÊMIOS NOBEL

